quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Unidade, Onipresença e Panteísmo - Parte I

                             Se é verdade que somos Um? Não! Não somos Um. Porém, em Verdade, somos Um. Ser Um, em Verdade, significa ter a mesma natureza, ter a mesma essência, ter o mesmo espírito, ser igualmente Amor como o Pai Celeste e compartilhar essa comunhão com o Universo.
                             Quando dizemos que tudo é Um, se não temos a Verdade como premissa, mentimos, posto que não há unidade na mente e na matéria. O tudo é o mesmo que o Todo e, portanto, engloba todos os seus três planos. Todo tipo de pensamento extremista tende a migrar para o erro e para o sofisma intelectual. Como podemos generalizar sem recair em erro? Como pode tudo ser Um, se existe tanta diversidade no Universo? Se afirmamos que tudo é Um, estamos excluindo do Todo os planos mentais e materiais. Se os excluímos, o Todo deixa de ser o Todo, fragmentando-se.
                             Quando dizemos que tudo é Um, estamos negando a individualidade, o “cada Um”. A Verdade em si é sempre Una, mas as ilusões são Una para com Verdade? Portanto, cada um de nós, cada coisa e ser vivente do Universo possui sua individualidade e sua identidade, que de maneira alguma nos separam de Deus. A afirmação de que a crença na diversidade nos afasta da unidade é absurda, posto que a Verdade é sempre Presente. O fato de existirem as ilusões, a dualidade, a diversidade e a identidade nunca anulou a Presença Viva da Verdade no seio de Todos. É a própria natureza da matéria ser diversa, fragmentada, e da mente ser dual e identificável. Da mesma forma, é a natureza da Verdade ser Una e plena, não sacrificando a individualidade.
                             Parece até lógico que meu corpo seja diferente do corpo de um cachorro, do de uma vaca, do de uma árvore. Parece até lógico que mesmo que meu corpo seja igual ao de outra pessoa, nossas mentes sejam de alguma forma diferente, atribuindo a cada um de nós uma identidade única. Pensando melhor, além de lógico, é até necessário que seja dessa forma. A diversidade compõe a ordem do Cosmos e o grande palco do Universo. A própria palavra “Universo” já nos indica que o UNO não se exclui do VERSO, nem este daquele. A palavra Universo já nos informa que o Uno está no Verso, e vice-versa. É como um mosaico composto de várias peças individuais. Cada peça é uma peça, mas forma um Todo integrado. Cada peça é igual a cada peça em essência, posto que compõe o mesmo mosaico. No entanto, cada peça do mosaico é única e não há outra igual a ela em lugar nenhum do universo.
                             A negação da ilusão como parte do Todo em prol de uma unidade “pura” já traz consigo uma fragmentação do Todo, que o impede de ser inteiro, de ser Uno. A pura e extremista negação não traz a verdadeira unidade, visto que igualmente fragmenta o Todo naquilo que é Uno, desprezando aquilo que é diverso. Portanto, mais virtuoso do que dizer que Tudo é Um é dizer que cada um, espiritualmente falando, forma uma unidade. Não há unidade na matéria, muito menos na mente. Mas ao percebermos e compreendermos que a matéria e a mente de tudo possui um espírito de natureza em comum com Deus, percebemos que a diversidade é ilusória e a unidade é Verdadeira. Apenas a Verdade faz com que sejamos Um em essência. Apenas Deus faz com que sejamos todos filhos de um mesmo Pai. Apenas no Pai somos verdadeiramente irmãos.
                             Se é Verdade que Tudo é Um? Não! O verdadeiro olhar não é aquele que despreza a ilusão, mas aquele que enxerga a unidade na diversidade, que enxerga a Verdade até mesmo dentro da ilusão. A afirmação de que tudo é Um nos traz um perigoso sofisma panteísta com poder suficiente até de destruir nosso livre arbítrio e a harmonia existente nos três planos do Todo, no Cosmos. Apenas em Verdade somos Um, ou seja, Tudo é um, mas em cada um.




Tudo é Um? Não!

Tudo é Um em cada um? Sim!

“Tudo é Um em cada um”.


(Continua...)






2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo isso!
Já li em algum lugar, que o contrário de uma grande verdade é outra grande verdade.
Tudo é Um em cada um, é a onipresença.
Deus é criativo, ora , ora!
Até o Deus Absoluto se cansaria e se entediaria com uma unidade pobre,igual.
Há uma presença Una que permeia tudo que não é Uno.
Grata.

Anônimo disse...

Orgulho de ser um Mizi.

Querido irmão: tú és mesmo iluminado... Que bom que você está usando sua genialidade para o Bem. Que Deus continue te iluminando. Abração, Juquinha 51